Carla Maia de Almeida

Nasceu na casa dos avós, em Matosinhos, Portugal, e lá viveu seus anos mais felizes e tranquilos. Da sua coleção de cheiros memoráveis fazem parte os salpicos de açúcar queimado da refinaria, as batatas fritas vendidas na praia em cones de papel, os croissants com presunto da Confeitaria Ferreira e o peixe frito guardado no armário da cozinha.

 

Filha de professores, viveu também em Braga e em Moreira, uma aldeia do Minho cercada por montes e pinhais, onde praticou a arte de esfolar os joelhos e teve medo dos cães. As séries de televisão dos anos 1970 lhe deram os primeiros modelos femininos: umas vezes queria ser Lady Marianne, namorada do herói de Sandokan; outras, a Maya de Espaço 1999. Quando ia ao circo, gostava sobretudo das acrobatas e contorcionistas. Lia muito e dançava Boney M. em frente ao espelho, quando não havia ninguém por perto. Aos onze anos, mudou-se com os pais e a irmã para os arredores de Lisboa, acontecimento do qual nunca se recuperou.

 

Encontrou o caminho de volta para casa quando começou a escrever outros textos além dos jornalísticos (opção, no mínimo, duvidosa). Tem cinco livros publicados: O gato e a rainha só, Não quero usar óculos, Ainda falta muito?, Onde moram as casas e A lebre de chumbo, e ainda um conto para adultos na coletânea Capuchinho Vermelho: Histórias Secretas e Outras Menos.

Ainda não deixou de lado a ideia de viver na Nova Zelândia, país onde não se importaria de ter nascido.

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